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02:25
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Passou mais um dia
Nunca mais é fim d'semana
Estou existencial
Quero fechar a pestana–
Permanentemente ou fazer
O que faz toda a gente
Quando não se sente
(O ram ram; Existência confluente)
Propaga o som–
Põe o vazio a vibrar
Porque tenho tanto tempo
Sinto-o sempre a acabar
"Contei ontem ao meu psi"
Confissão profissional
Será que um choradinho
Bate ser espiritual,
Oh,
Óleos nos olhos
Cristais ao natural
Fiéis a serem salvos
Do pavor original
Diz-me, Sartre,
L'enfer c'est les autres
Tens a musa mais nutrida
Tens o livro sobre–Ah
Então
Sim já sei
Então e o amor
Então o das letras rei e
Tanto apaixonado cantado
Por tanto trovador
Vamos cantar às esferas
Ao fogo e à s'phera
Comprar uma mini-saia
Calar a voz Severa
(ai mouraria!)
Mas dizia eu
(Isto é do A’DHD)
Estamos tipo like on
Vinte e quatro seven e
Que tem tudo isso a ver
Com ter
Prazer
Em ser
C’um nó
(Na alma)
Em fazer
Guerra
E matar em prol
(Da alma)
Hah
Isso implica ir às armas
Nobre povo sobre o mar
Calma Kid não me batas
Qu'eu não tenho caçadeira
Quanto muito verborreia
Ah desculpem é a veia
Deprimente–
Prefiro Chocapic,
Com fiambre é choca'm'isto
É mentira, choca nada
A desgraça apregoada
É a mesma, mas defenda
Se assim lhe convier
O fim do mundo por divino
Em vez do que aí vier
Ig'nore a impressão
Do dedo médio do free market
Seja viva a inflação
Oh, mas dizia,
L'enfer c'est les autres
E o último a chegar
É feito um ovo podre
Passo a redundância
Na medida em que é o mesmo
Se o destino for final
E se for (sub-)terreno
Feita a oração–
Nos ajude o predicado
Na escolha das cinco vozes
O final é complicado
Mesmo sendo muito simples
Ou existe ou não existes
Nem não sendo tão sucinto
P’ra quem tem adquirido
Qu’escreveram INRI
Calma aí,
Oh Pascal
Uma aposta em GOTOs
É o mesmo mas adenda
Que se pode blasfemar
Menos em italiano
(Jesus era africano!)
Sou forçado a concluir
A experiência sensorial
É ritmo circadiano
Uma linha circular
Mas falando em viajar,
Ladies and gentlemen
Fon Fon Fon Fon
Thank you
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2. |
Setembro
01:57
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Hoje é Septembro
Ou é Novembro
Já não sei
Mas seja como for
Se me'stiver a enganar
Faça o favor de transpor
As palavras do interlocutor
Para o tempo apropriado
Supondo que está errado
Se não estiver
Transponha para o presente
Se for conveniente
Porque entre eu escrever
Eu gravar
Eu soar
Vai sempre muito tempo
Vai sempre muito espaço,
Enfim passo a redundância
D'um vocábulo mais redondo
Uma soma mais agreste
Se um verso se reveste
De sentido
Quando transposto um semitom
É acidente
Falo em bemóis e não na mente
Enfim, desculpe-me francamente
Se não sou independente
Na análise do eu
Ao mesmo tempo que decorre
O eu que sobre ele discorre
Talvez ganhe perspectiva
No momento em que'le morre
Mas já conhece o eu
Os contornos que ele toma
Um cabelo que se espeta
Um corpo que ele não doma
E já dá p'la evidência
Da falta de apetência
Na precisa persistência
Da sua univalência
Para assim se consumar
Artista feito
Se que para artista feio
O percurso vai a meio
Pois não tem como chegar
Cumprimentos ao Zenão
Ao Guilherme e capivara
Ao meu pai, mãe e ao cão
Fala a personagem
Que fala em vez de mim
Não sabe qual a hora
(e não sabe se demora)
Prá su'apresentação
Ou se se vê a miragem
Cá de dentro lá p'ra fora
Foi pensada em viagem
Concebida pouco a pouco
Feita p’ra representar
O que em mim já não s’enquadra
Mas por fraqueza ou por mágoa
Foi frustrada a abordagem
É indistinta a personagem
D’uma alma deslocada
Uma voz desenquadrada
É um beat e um esboço
Em antítese ao divino
Por oposto a só um moço
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